GETox Alimentos

Objetivos

O GETox Alimentos visa reunir profissionais e pesquisadores dessa subárea da toxicologia para promover discussões, incentivar e viabilizar a colaboração mútua em projetos de pesquisa, organização e realização de eventos científicos, divulgação do conhecimento para a comunidade em geral, visando, por fim, contribuir para a valorização da ciência da toxicologia como um todo e fortalecer a SBTox.

 
Justificativa

Atualmente, um dos grandes desafios da humanidade é garantir a segurança alimentar a uma população em crescimento e com a previsão de atingir 9 bilhões de habitantes até meados do século XXI.

Essa premente demanda mundial por alimentos exige maior intensificação e eficiência dos sistemas de produção agroalimentar. Esse cenário leva ao uso intensificado de substâncias químicas, como agrotóxicos, medicamentos veterinários em animais de produção, aditivos alimentares, embalagens e novas tecnologias de conservação e processamento.

A Toxicologia de Alimentos é essencial nesse contexto, pois estuda os possíveis efeitos toxicológicos das substâncias químicas que podem estar presentes nos alimentos, bem como, os riscos que elas podem representar à saúde humana ou animal, tais como: aditivos alimentares (edulcorantes, corantes, conservantes); contaminantes naturais (micotoxinas, alcalóides pirrolizidínicos) e ambientais (dioxinas, metais pesados); resíduos (agrotóxicos e medicamentos veterinários); compostos gerados durante o processamento (acrilamida, hidrocarbonetos aromáticos policíclicos); compostos naturais (glicoalcaloides, cianogênicos); adulterantes (melamina no leite, óleo mineral em azeite de oliva); embalagens (bisfenol A, ftalatos); alergênicos (glúten, proteínas do leite).

Portanto, a Toxicologia de Alimentos desempenha um papel crucial na proteção da saúde pública, assegurando que o aumento da produção de alimentos ocorra sem comprometer a qualidade e a segurança do que consumimos.

Dessa forma, a Toxicologia de Alimentos tem um papel crucial no desenvolvimento sustentável, pois contribui para a segurança alimentar, auxiliando na redução de desperdícios e promovendo práticas mais saudáveis e responsáveis na cadeia produtiva. Aqui estão algumas formas pelas quais essa área da ciência contribui para a sustentabilidade:

  1. Segurança de Alimentos e Saúde Pública
  • Auxilia na avaliação da presença de resíduos e contaminantes químicos nos alimentos, reduzindo os riscos à saúde.
  • Contribui para o estabelecimento de limites seguros para aditivos alimentares, garantindo que o consumo de produtos industrializados seja seguro.
  • Oferece suporte à adoção de medidas de proteção a populações vulneráveis, como crianças e gestantes, frente ao risco de exposição a substâncias potencialmente tóxicas nos alimentos.
  1. Redução do Desperdício Alimentar
  • Contribui para a identificação de níveis seguros para o consumo de alimentos próximos ao vencimento, evitando desperdícios desnecessários.
  • Auxilia nas bases científicas necessárias para o desenvolvimento de tecnologias de conservação de alimentos que mantêm sua segurança e qualidade por mais tempo.
  1. Produção Sustentável e Redução de Impactos Ambientais
  • Auxilia na regulamentação do uso de agrotóxicos, reduzindo seus efeitos negativos no solo, na água e na biodiversidade.
  • Estimula práticas agrícolas mais seguras, como o uso de defensivos naturais e o manejo integrado de pragas.
  • Incentiva a substituição de embalagens tóxicas por materiais biodegradáveis e seguros para contato com alimentos.
  1. Inovação e Alimentos do Futuro
  • Avalia a segurança de novas fontes de proteínas sustentáveis, como insetos comestíveis e carnes cultivadas em laboratório.
  • Contribui para o desenvolvimento de alimentos funcionais e nutracêuticos que melhoram a saúde sem comprometer o meio ambiente.
  1. Monitoramento e Educação para o Consumo Consciente
  • Ajuda na criação de programas de monitoramento para verificar se os alimentos comercializados estão dentro dos padrões de segurança.
  • Conscientiza a população sobre riscos de resíduos e contaminantes e incentiva hábitos alimentares mais sustentáveis, como o consumo de orgânicos e a valorização da agricultura local.

Em resumo, a Toxicologia de Alimentos é essencial para garantir que a produção, o processamento e o consumo de alimentos ocorram de maneira segura e sustentável, protegendo tanto a saúde humana e animal quanto o meio ambiente

 
Plano de Ações

Estabelecer a coordenação e a equipe de membros do GETox Alimentos, visando contar com a participação de especialistas em diferentes tópicos da Toxicologia de Alimentos, tais como, aditivos alimentares, resíduos, contaminantes, compostos tóxicos formados durante o processamento, adulterantes, compostos tóxicos de origem natural, alérgenos etc. Serão tomados todos os esforços para que o GETox conte com a representação de membros sediados nos mais diferentes setores e regiões do Brasil.

Estabelecer um cronograma de reuniões entre os membros para fortalecer a integração do grupo e estabelecer um planejamento estratégico de ações através de palestras em geral, participação em eventos científicos, divulgação em mídias sociais e podcast, visando fomentar a divulgação acerca da existência deste GETox como um canal representante da SBTox no assunto de Toxicologia de Alimentos junto à comunidade geral e científica.

Produzir materiais de divulgação científica voltados ao público geral e estudantes, como infográficos e vídeos educativos sobre a importância da Toxicologia de Alimentos.

Promover a criação de um canal de comunicação com as ligas acadêmicas universitárias de toxicologia.

Discutir a viabilidade de publicação de artigos de revisões sistemáticas e artigos técnicos de relevância sobre o tema para a comunidade científica.

Criar um canal de diálogo ativo entre os membros do GETox e outros grupos da SBTox, incentivando a integração e o compartilhamento de experiências.

 

Benefícios Esperados

O GETox Alimentos vinculado à SBTox visa promover uma condição de integração e entre especialistas no assunto a fim de fortalecer a adoção de ações que possam trazer contribuições efetivas para a sociedade em geral. Esse grupo irá atuar em diversas frentes, fomentando a promoção da segurança alimentar, inovação e políticas públicas baseadas em ciência. Aqui estão algumas contribuições-chave:

  • Fortalecimento da Segurança Alimentar
  • Discutir as diretrizes relacionadas à avaliação de risco relacionada à presença das diferentes substâncias químicas em alimentos.
  • Monitorar, discutir e auxiliar na divulgação de alertas sobre riscos emergentes, como novas substâncias tóxicas ou surtos de contaminação alimentar.
  • Apoiar, discutir e, eventualmente, propor sugestões sobre regulamentações específicas para determinados tipos de substâncias químicas e/ou tipos de alimentos.
  • Influência em Políticas Públicas e Regulação
  • Se dispor a assessorar órgãos governamentais quanto às normas sanitárias e regulatórias para alimentos.
  • Participar de debates científicos sobre limites de aceitação ou de tolerância a serem regulamentados para determinados alimentos
  • Discutir a harmonização regulatória com padrões internacionais (ex.: Codex Alimentarius, FDA, EFSA).
  • Educação e Conscientização da População
  • Propor materiais educativos para orientar consumidores sobre segurança dos alimentos e riscos toxicológicos.
  • Avaliar, discutir e propor campanhas de conscientização sobre temas como agrotóxicos, embalagens seguras, rotulagem e aditivos alimentares.
  • Realizar palestras, workshops e cursos para capacitação de profissionais da saúde, nutrição e indústria alimentícia.
  • Apoio à Indústria e à Inovação em Alimentos
  • Incentivar práticas mais sustentáveis e seguras na indústria, como redução de substâncias químicas nocivas.
  • Viabilizar uma condição de discussão com bases científicas sobre o desenvolvimento e avaliação de novos alimentos, como proteínas alternativas, alimentos funcionais e embalagens biodegradáveis.
  • Buscar parcerias com universidades e centros de pesquisa para impulsionar estudos na área.
  • Monitoramento e Vigilância Epidemiológica
  • Propor redes de pesquisa e monitoramento de intoxicações alimentares e doenças relacionadas a contaminantes nos alimentos.
  • Discutir efeitos de longo prazo da exposição a substâncias tóxicas na alimentação, auxiliando na identificação de riscos crônicos.
  • Discutir sobre sistemas de rastreabilidade para identificar e mitigar fontes de contaminação alimentar.

Com essa iniciativa, o GETox Alimentos almeja contribuir para os desafios da segurança alimentar, melhoria da saúde pública e fortalecimento da economia, ao incentivar práticas mais seguras e sustentáveis no setor de alimentos. 

 

Equipe

Coordenador: Prof. Dr. Jonas Augusto Rizzato Paschoal

Vice-Coordenadora:  Dra.Adriana Pavesi Arisseto Bragotto

Membros: Liliana de Oliveira Rocha 

                     Bernardete Ferraz Spisso 

                    Marília Cristina Oliveira Souza

Prof. Dr. Jonas Paschoal –

http://lattes.cnpq.br/3099044430035756

paschoal@usp.br

Engenheiro Agrônomo pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP), mestre em Ciências pelo Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA/USP) e doutor em Química Analítica pelo Instituto de Química (IQ/UNICAMP). É Professor Associado II na Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP/USP). É o Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Toxicologia da FCFRP, além de também ser credenciado como orientador pleno junto ao PPG em Ciências Farmacêuticas da mesma faculdade. Desenvolve pesquisa em Química Analítica Aplicada, realizando o desenvolvimento de métodos bioanalíticos para compostos orgânicos em diferentes tipos de amostras biológicas. Tem experiência em instrumentações modernas de separação cromatográfica (UPLC-DAD, FLD e principalmente, UPLC-MS/MS). Realiza estudos in vivo em animais de produção de alimentos. Colabora em diferentes trabalhos científicos (nacionais e internacionais), desde o apoio no planejamento, no desenvolvimento e na discussão dos resultados envolvendo química analítica. Compõe a Lista de Peritos (Roster of Experts 2023-2027) do Comitê de Peritos em Aditivos Alimentares (JECFA) da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação e Organização Mundial da Saúde (FAO/OMS).

 

Adriana Pavesi Arisseto Bragotto

http://lattes.cnpq.br/0575710940005643

pavesi@unicamp.br

Engenheira de Alimentos (2001) com Mestrado em Tecnologia de Alimentos (2003) e Doutorado em Ciência de Alimentos (2007) pela Faculdade de Engenharia de Alimentos – FEA/UNICAMP. Fez Doutorado Sanduíche no Institut Scientifique de Santé Publique / Wetenschappelijk Instituut Volksgezondheid (ISP/WIV, Bruxelas, Bélgica) e Pós-Doutorado no Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL). Foi pesquisadora do Centro de Ciência e Qualidade de Alimentos do ITAL de 2008 a 2014. Desde 2015, é Professora do Departamento de Ciência de Alimentos e Nutrição da FEA/UNICAMP, na área de Compostos Tóxicos em Alimentos. Realiza pesquisas sobre contaminantes formados durante o processamento de alimentos, metais tóxicos, aditivos alimentares e resíduos de fármacos veterinários e de agrotóxicos, com ênfase no desenvolvimento e validação de métodos analíticos (cromatografia e espectrometria de massas) e avaliação da exposição humana a substâncias químicas pela dieta. É membro do Grupo Técnico em Food Contaminants (GTFC) da ANVISA, da Força-Tarefa Food Safety do ILSI Brasil, da Global Harmonization Initiative (GHI) e do Joint FAO/WHO Expert Committee on Food Additives – JECFA (Roster of Experts 2023-2027)

Liliana de Oliveira Rocha
Professora Associada – FEA/UNICAMP
Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/8452389899046104

Graduada em Farmácia (2003) pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Realizou o Doutorado (2010) e Pós-Doutorado (2012) em Microbiologia pelo Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP). Fez Pós-doutorado em Genética de Micro-organismos, envolvendo o entendimento de mecanismos de virulência e produção de metabólitos tóxicos (2012-2015) no Royal Botanic Gardens and Domain Trust em Sydney, Austrália. Atualmente, é Professora Associada na Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e está credenciada como docente permanente no Programa de Pós-Graduação em Ciência de Alimentos da FEA/UNICAMP. Possui experiência em microbiologia de alimentos e bebidas, com foco na detecção de micotoxinas, identificação de fungos, tecnologias emergentes para o controle de fungos e micotoxinas, expressão gênica, genômica, transcriptômica e compreensão dos mecanismos genéticos envolvidos na produção de metabólitos secundários tóxicos. É coordenadora da área de micotoxinas na Sociedade Brasileira de Microbiologia e participa das discussões do Grupo de Contaminantes da ANVISA com foco em micotoxinas em alimentos.

 

Bernardete Ferraz Spisso

bernardete.spisso@fiocruz.br
Lattes: https://lattes.cnpq.br/4470328933549957

Engenheira Química pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1991), com mestrado em Físico-Química (área de concentração Química Analítica) pelo Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (1998) e doutorado em Vigilância Sanitária pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS)/Fundação Oswaldo Cruz (2010). Tecnologista em Saúde Pública Sênior, responsável pelo laboratório de resíduos de medicamentos veterinários em alimentos, pertencente ao Setor de Resíduos do Laboratório de Alimentos/Departamento de Química. Atua como docente do Programa de Pós-Graduação em Vigilância Sanitária (PPGVS) do INCQS e é atualmente a coordenadora da modalidade Mestrado Profissional. Tem experiência na área de Saúde Pública, com ênfase em Vigilância Sanitária, atuando principalmente no tema Segurança de Alimentos, Resíduos de Medicamentos Veterinários em Alimentos e Antimicrobianos como Contaminantes em Amostras Ambientais. Participou, de 2015-2019, do Grupo de Trabalho (GT) criado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para efetuar a revisão da RDC 53/2012, referente ao estabelecimento de Limites Máximos de Resíduos de medicamentos veterinários em alimentos de origem animal. Foi membro, de 2016-2021, do GT coordenado pela Anvisa e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento sobre resistência aos antimicrobianos no âmbito do Codex Alimentarius. Representante do INCQS no GT criado pela Anvisa para elaborar o projeto de monitoramento nacional de resíduos de antimicrobianos e microrganismos resistentes nos alimentos disponíveis no comércio e a estruturação de rede de apoio para este programa de âmbito nacional.

 

Marília Cristina Oliveira Souza

mcosouza@usp.br
Lattes: http://lattes.cnpq.br/2751283416118816

Possui graduação em Farmácia Generalista (2008 – 2012) pela Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG). Mestrado em Toxicologia pela da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo (FCFRP/USP). Doutorado em Toxicologia pela FCFRP/USP. Realizou parte do doutorado no “New York State Department of Health – Wadsworth Center” (Albany – NY – EUA). Realizou pós-doutorado na FCFRP-USP. Foi pesquisadora visitante no “Laboratory of Toxicology and Environmental Health” da Universitat Rovira i Virgili (URV), Espanha. Atualmente é Professora na Universidade de São Paulo – Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto – Departamento de Ciências Biomoleculares. Atua nas áreas de toxicologia analítica e de alimentos, incluindo o desenvolvimento de metodologias analíticas para determinação de poluentes emergentes e legados em amostras de alimentos, e avaliação de risco da exposição humana por via oral através dos estudos de bioacessibilidade in vitro com células Caco-2 e dos estudos de biodisponibilidade in vivo com a avaliação do metabolismo dos poluentes ambientais. Possui ampla experiência em análise instrumental empregando cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (GC-MS), cromatografia líquida de ultra eficiência acoplada à espectrometria de massas sequencial (UPLC-MS/MS), espectrometria de massas de alta resolução – equipamentos híbridos (q-obritrap) e espectrometria de massas com plasma indutivamente acoplado (ICP-MS).